Depois de ver e aplaudir um jornalista que mostrava sua decepção com os protestos medíocres que viraram moda nos últimos tempos comecei a pensar no que realmente aflige a população brasileira. Não vou falar que a violência é a maior nem a pior aflição, e especialmente no Estado de São Paulo as estatísticas oficiais demonstram que crimes hediondos vêm caindo ano a ano, mas depois de ver no domingo no Fantástico uma mulher que vive no Pará que é obrigada a ter um policial protegendo-a 24 horas por dia porque seu marido denunciava fazendeiros e de ver que foi criada uma delegacia só de latrocínios em São Paulo, resovi pensar no tamanho da violência no Brasil: um país que não é e nem nunca será de todos.
Vamos fazer algumas contas, primeiro pensando no lado das vítimas, pelo menos as que sofreram mais violentamente com a criminalidade: 50.000 pessoas morrem todos os anos no Brasil vítimas de homicídio. Vamos considerar que nos últimos 10 anos morreram 50.000 x 10 = 500.000 e que cada uma dessas pessoas tenham 100 pessoas próximas o que nos dá um total de 50.000.000, 50 milhões de pessoas que foram mortas ou tiveram alguém próximo assassinado, cerca de 26% da população brasileira.
Agora vamos aos criminosos, o Brasil possui 500.000 presos. Obviamente só uma pequena parcela destes cometeu crimes hediondos mas dado que quase todo assalto no Brasil é feito com arma de fogo podemos considerar que grande parte desse público mataria se fosse preciso. Agora utilizando pensamento similar vamos falar que cada preso tem 100 amigos, o que nos dá outros 50 milhões de pessoas que já cometeram ou têm um contato muito próximo com pessoas que já praticaram crimes violentos.
De maneira grosseira, juntando os dois lados, mais de metade da população brasileira sente ou sentiu nos últimos 10 anos os crimes mais violentos de perto. Fica fácil entender porque numa das maiores economias do mundo tem-se dias em que nas maiores cidade do mundo, São Paulo e Rio de Janeiro, as notícias policias conseguem preencher todo o jornal, enquanto em qualquer outro país política, entretenimento e cultura fariam esse papel.
O que é difícil entender é que uma sociedade vítima de um cancêr dos mais malignos prefere marchar pela maconha, pelo orgulho hetero, contra obras de transportes público em um páis que nem transporte público tem. Não pode-se é claro culpar somente a sociedade já que a presidenta consegue entulhar a Câmera de medidas provisórias onde não se consegue votar mais nada; e no temp que sobra os políticos têm a capacidade de apresentar leis que determinam quem pode entrar em qual elevador; quanto o shopping pode cobrar de estacionamento; que não se pode mais usar celular em banco.
Há 30 anos nasci neste país (se é que isto aqui é um), há 30 anos existe fome, impunidade, armas sem controle, falta de prioridade, falta de capacidade e mediocridade. A fome se mata com Bolsa Família, onde se dá mas não se ensina, a questão das armas se melhora tirando de quem pagava para ter, o resto... será que mudou? No país do futebol, telenovela, samba, pagode, e cerveja no volante me sinto um imbecil trancado em minha casa, ou será cela, esperando a canetada que vai garantir minha execução legal por algum bandido. Boa noite Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário