Hoje todo mundo está celebrando a morte do Bin Laden, até o Vaticano apoiou a ação.
Enquanto isto aqui nas terras Tupiniquins, quem celebra a morte dos bandidos? Eu ainda estou procurando, mas gente chorando a morte de civis não falta. Em um país onde morrem mais de 50.000 assassinados por ano quem mais paga são as vítimas. Pouco se prende, rápido se sai da cadeia, pouco se matam os bandidos que geralmente são mortos pelos seus próprios comparsas em dívidas e armas circulam ilegalmente como em poucos países.
Um dos poucos programas que conheço em São Paulo que mostra o dia a dia da Violência é o Brasil Urgente do Datena. Em um país em que crimes são tão frequentes é no mínimo curioso só uma emissora explorar este segmento do mercado. No final o Datena acaba sendo bem recompensando, já ouvi falar que ele recebe mais de 1 milhão de salário e enquanto isto o estudante que nem dinheiro tem é morto perto do carro, na escola, e aonde mais você possa imaginar.
Aliás, agora que a moda virou caçar estudantes a Camâra dos Deputados está querendo por chip em arma. Da mesma maneira que recentemente depois de 20 anos devolveu-se a favela do Alemão à Comunidade, conforme alguém do BOPE falou na televisão na época. É impressionante como espera-se a desgraça acontecer e como se fazem as coisas devagar neste país, como alguém espera 20 anos para fazer alguma coisa?
Enquanto ninguém faz nada assistimos no Fantástico o depoimento de uma das vítimas em Realengo. E como o próprio Datena disse outro dia, na terra do graças a Deus, muitos falam: Nossa, ainda bem que ele ficou bem. Foi com a graça do Senhor. E outros: Ainda bem que não foi comigo. Eu como muitos pensei: o que estamos fazendo para que isto nunca mais volte a acontecer? E reparei que faço esta mesma pergunta desde que nasci neste país há 30 anos atrás. Até quando vamos agradecer a Deus por salvar-nos dos problemas que nós mesmos criamos? Amém!
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